quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Desmistificar a Homeopatia















A Homeopatia surgiu no Séc. XVIII pela mão de Samuel Hahnemann, um médico alemão que, vivendo numa época em que a medicina praticada na Europa e nos Estados Unidos se caracterizava pela total falta de critérios científicos, decidiu, com um enorme sentimento de frustração, abandonar a prática médica. A Medicina era, nessa época, fundamentada em hipóteses e especulações que muitas vezes roçavam o absurdo e em que se utilizavam, como prática clínica corrente, sangrias, eméticos e purgantes receitados sem nenhuma proteção. 

Mais tarde, os seus estudos e a experimentação de substâncias em pessoas saudáveis, levaram à criação de um método terapêutico que consiste na utilização de remédios, de acordo com a lei dos semelhantes, capazes de produzir num indivíduo saudável os sintomas da doença que se pretende combater, de modo a estimular a reação orgânica e vital na direção da cura.

Contrariamente à medicina convencional que considera os sintomas como uma manifestação direta da doença, a homeopatia vê os sintomas como uma reação contra a doença e procura estimular essa reação ao invés de a suprimir. O tratamento homeopático vê cada paciente como um ser único, com reações individuais, sendo que a doença em cada indivíduo se manifesta de uma forma pessoal com sinais e sintomas específicos. Este princípio é a base para a determinação do diagnóstico do remédio (único) que pode agir sobre aspetos físicos, mentais e emocionais do paciente, o simillimum. Sem apresentar efeitos colaterais, o objetivo de um remédio homeopático é estimular o organismo a curar-se a si mesmo estimulando a energia vital, podendo ser utilizada em todos os quadros clínicos, sejam eles agudos ou crónicos, desde que exista uma capacidade de reação do organismo. Pode também ser usada em todas as idades e fases da vida, incluindo durante a gravidez, período de amamentação, bebés, crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Durante o Séc. XIX e início do Séc. XX a Homeopatia foi muito utilizada no tratamento e na profilaxia de epidemias com excelentes resultados quando comparada com os tratamentos convencionais. Posso destacar a de febre tifóide em 1813 e cólera em 1831 na Rússia, 1831 na Áustria, 1854 em Londres, 1855 no Rio de Janeiro, 1892 em Hamburgo; febre-amarela em 1878, em Memphis, USA, 1886 em Kentucky, USA; varicela em 1870/1871 em Boston, 1870/71/72 em Nova Iorque, 1870 em Philadelphia e 1872/73 em Brooklyn, 1902 no Iowa, USA; difteria em 1862 a 1864 em Nova Iorque, USA e em Espanha; gripe Espanhola em 1918, Ohio, USA.

No entanto a Homeopatia sofre um declínio na primeira metade do séc. XX, devido à crescente influência da American Medical Association o que levou à segmentação do conhecimento em especialidades, para tornar possível, a partir de então, a preponderância do paradigma médico reducionista, o que era favorável aos interesses de investimentos maciços na área de saúde, atendendo em especial à voracidade do complexo farmacêutico que aí via um nicho lucrativo quase ilimitado a ser explorado. Mas em meados do século XX a Homeopatia volta a ressurgir, talvez até mesmo pelo desgaste representado pela limitação e incapacidade do atual sistema de saúde em responder à complexidade das necessidades crescentes. 

A Homeopatia faz parte dos sistemas nacionais de saúde de países como Suíça, Reino Unido, Brasil e Índia e é utilizada por mais de 500 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Portugal, é utilizada pela maioria dos mais de 2 milhões de pessoas que recorrem às Terapêuticas Não Convencionais.
Entrevista a João Marcello Caetano














1. Fale-nos sobre si e sobre o seu trabalho…
Costumo dizer que nasci médico. E nasci, de facto, médico. Em pequeno, tinha um consultório montado no meu quarto onde recebia os meus irmãos para tratamento das pequenas mazelas que iam surgindo. 

No entanto, a vida, ou melhor, as minhas facilidades para com a vida, não me permitiram chegar à faculdade de Medicina. A vontade era muita, mas, a gestão das prioridades não foi a adequada. E lá segui a minha vida por outros caminhos. Trabalhei no duro para construir uma carreira, julgo que bem-sucedida, em áreas que nada tinham a ver com a saúde. Mas o "bichinho" da medicina ficou latente, adormecido, à espera. Por isso voltei a estudar. No IMT - Instituto de Medicina Tradicional em Lisboa, uma escola fantástica, de referência no ensino das chamadas terapêuticas não convencionais (TNC), fiz o Curso Geral de Homeopatia, curso de nível superior, ministrado em regime pós-laboral, 3 anos de duração e muita prática clínica logo desde o 1º ano. Tive dois anos de anatomia, estudei biologia e microbiologia, bioquímica, farmacologia, imunologia, botânica, fitologia e fitoterapia, fisiopatologia e medicina interna, imagiologia e clínica laboratorial, psicologia da saúde, psicossomática, pediatria e gerontologia, suporte básico de vida, alimentação e nutrição, metodologia de investigação, para além de todas as outras disciplinas específicas de Homeopatia. Não satisfeito, decidi aprofundar os conhecimentos em Homeopatia Clássica, a verdadeira e fascinante forma de exercer Homeopatia. Fiz então um mestrado internacional, cuja tese final versou o tema "Perturbações Globais do Desenvolvimento - As Perturbações do Espectro Autista: Autismo, Síndrome de Asperger e Hiperatividade". 

Com a prática clínica comecei a perceber a enorme relação dos sintomas físicos com os sintomas mentais e emocionais e o gatilho que estes representavam nas consequências físicas de dor e sofrimento. Interessei-me então pela Psiconeuroimunologia, especialidade que pretende ligar as emoções às manifestações clinicas das doenças crónicas. Comecei então em Madrid o curso de Psiconeuroimunoterapia® (PNIT®) com o seu criador, o médico-cirurgião Dr. Armando Solarte. O seu método que consiste num processo de cura fácil, rápido, simples e sobretudo divertido, junta técnicas de PNL (Programação Neurolinguística), meditação, técnicas de manipulação física de estimulação nervosa e a sua aplicação teórica e prática superou todas as minhas expectativas. 

Depois decidi fazer uma formação em Cura Reconectiva® e Reconexão® com o Eric Pearl, em que aprendi uma técnica de cura através da ligação a um novo espectro de frequências vibratórias corretivas portadoras de energia, luz e informação, onde somos transportados para o campo de todas as possibilidades ligando-nos a algo superior que nos reconecta com a nossa essência. Este processo é um processo abrangente sem toque físico, técnicas, rituais ou superstições, que nos coloca em contacto com frequências reconectivas, restabelecendo uma ligação perfeita com o Universo. 

Mais recentemente fiz uma formação em “Practitioner em PNL” com certificação internacional direta por Richard Blandler co-criador da PNL (Programação Neurolinguística), onde aprendi também algumas técnicas de hipnose clínica (Ericksoniana), técnica que pretendo vir a aprofundar ainda mais, já que os resultados obtidos são extremamente rápidos e absolutamente fantásticos. 

2. O que o fez interessar-se pela Homeopatia? 
Há uns anos, por necessidade pessoal, decidi procurar um método que aliviasse o meu estado permanente de stress e que de certa forma fosse corrigindo esse desequilibro orgânico e funcional sem ter de recorrer a medicamentos de síntese ou a qualquer outra técnica convencional de abordagem. Esbarrei, então, na Terapia Quântica, uma técnica subtil e não invasiva de deteção e correção dos níveis de stress. Foi aí que descobri a palavra Homeopatia e fui pesquisar o seu significado. Percebi que a Homeopatia era aquela especialidade terapêutica que tratava as pessoas como eu considerava que um médico devia tratar sempre e que se aproximava da forma como eu tinha visto os médicos exercerem a sua profissão quando era criança, quando o sonho da medicina despertou em mim.

3. O que é a Homeopatia e o remédio homeopático? 
A Homeopatia é um método terapêutico criado pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann nos finais do século XVIII, que consiste na utilização, de acordo com a lei dos semelhantes (“similia similibus curantur”), de remédios em doses infinitesimais obtidos por diluições e sucussões sucessivas, e capazes, em doses mais elevadas, de produzir, num indivíduo saudável, os sintomas da doença que se pretende combater, de modo a estimular a reação orgânica e vital na direção da cura. 

Trata-se de um sistema farmacêutico, científico e filosófico bem determinado, com uma metodologia de pesquisa própria. 

É uma proposta terapêutica com base na semiologia homeopática, que elabora um diagnóstico apoiado em sinais físicos, psíquicos, mentais, emocionais e sociais, evidenciados pelo paciente. Esse diagnóstico é o remédio único do paciente, o simillimum. 

O remédio homeopático é qualquer apresentação farmacêutica destinada a ser ministrada, como já referido no primeiro parágrafo, segundo a lei dos semelhantes e provém essencialmente dos Reinos Vegetal, Animal, Mineral, Fungi (fungos), Monera (bactérias) e Protista (protozoários), sendo portanto de origem natural. 

4. Qual é a principal diferença entre a Homeopatia e o tratamento tradicional? 
De uma forma simples e sintética diria que a medicina convencional, ou tratamento tradicional, como lhe chama, trata doenças e a homeopatia trata pessoas. “A Homeopatia trata o individuo que possui a doença e não apenas a doença que possui o individuo”. Trata o indivíduo com sintomas de desequilíbrios físicos, mentais e emocionais. Em homeopatia não há doenças. A Homeopatia não se limita à queixa principal, procurando, na sua técnica, o remédio que reúna a globalidade dos sintomas, para que o organismo se autorregule através de uma estimulação física, mental e emocional. Cada pessoa é um ser individual com reações mentais e emocionais diferentes para as manifestações físicas da doença. Por exemplo uma dor de cabeça numa determinada pessoa pode ser, e será certamente, tratada com um remédio homeopático diferente ao de uma outra pessoa com a mesma manifestação física. É esta a arte fascinante do processo de cura em Homeopatia. 

A Homeopatia atua de forma profunda e efetiva, devolvendo ao individuo o seu estado de saúde, não se limitando apenas a gerir ou a dissimular os sintomas. A Homeopatia incentiva a resposta natural do organismo face à doença, produzindo estímulos mínimos com eficácia máxima, de forma suave e segura. A Homeopatia utiliza matérias-primas naturais. A sua forma de preparação garante ausência de toxicidade ou quaisquer reações adversas e não causa dependência física ou psíquica. 

5. Há pessoas que ainda são muito céticas quanto aos tratamentos homeopáticos. O que pode dizer a estas pessoas para que sintam mais confiança nesta terapia? 
As pessoas são céticas por natureza. Tendem a duvidar daquilo que não conhecem e por vezes bem. No entanto a Homeopatia, que faz parte integrante das chamadas Terapêuticas Não Convencionais sendo por isso uma técnica terapêutica regulamentada em Portugal por uma lei, ou melhor duas (Lei 45/2003 e Lei 71/2013), que lhe conferem autonomia técnica e deontológica. A Homeopatia é reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) desde 1978 e é, segundo esta organização, a especialidade terapêutica que mais cresce anualmente, na ordem dos 20% ao ano, recomendando a sua aplicação em todos os sistemas de saúde no mundo. É utilizada em mais de 80 países, tem reconhecimento legal como um sistema individual de medicina em 42 países e é reconhecida como uma especialidade da medicina complementar e alternativa em 28 países. Estima-se, de acordo com dados fornecidos pela OMS, que mais de 500 milhões em todo o mundo de pessoas recebem tratamento homeopático, sendo que 200 milhões usam a homeopatia regularmente. A Homeopatia faz parte dos sistemas nacionais de saúde de vários países tais como Suíça, Reino Unido, Brasil, Chile, Índia e México. Em Portugal dos mais de dois milhões de portugueses que recorrem às Terapêuticas Não Convencionais, a grande maioria já tomou remédios homeopáticos. 

6. A Homeopatia só deve ser usada como preventiva? 
Não, de modo algum. Pode ser preventiva, tendo por base a história clínica pessoal e familiar da pessoa e com um tratamento homeopático adequado pode limitar a ocorrência de algumas doenças típicas de inverno, como a gripe e a constipação ou de patologias de verão, como por exemplo, as alergias sazonais. No entanto a riqueza da homeopatia são os sintomas, pelo que a sua manifestação é fundamental, quer para o tratamento de doenças agudas quer para o tratamento de doenças crónicas e o seu efeito é rápido e duradouro, evita recidivas e tem ainda a capacidade de anular predisposições genéticas. 

7. Existe idade mínima para iniciar um tratamento com homeopatia?
Não. A Homeopatia pode ser usada em todas as idades e fases da vida, incluindo durante a gravidez, período de amamentação, bebés, crianças, adolescentes, adultos e idosos. 

8. Quais os cuidados que devemos ter com os remédios homeopáticos? 
Como em qualquer profissão de saúde, a homeopatia deve ser prescrita somente por profissionais de saúde especialistas em homeopatia. Por outro lado não existem contraindicações e efeitos secundários em Homeopatia. Os remédios homeopáticos são seguros em todas as prescrições terapêuticas. 

9. Abriu há algum tempo uma clínica de saúde e bem-estar: a SIMIL’AR. Quais são as terapias que podemos encontrar?
O Espaço Simil’ar não é uma clínica, mas sim um espaço de aconselhamento terapêutico, mais parecido com um consultório médico. É muito bem localizado, nas Avenidas Novas, junto à Maternidade Alfredo da Costa, com excelentes acessibilidades e parques de estacionamento nas proximidades. O Espaço Simil’ar tem duas salas onde para além da Homeopatia utilizamos técnicas terapêuticas complementares como a Terapia Quântica, Psiconeuroimunoterapia®, Cura Reconectiva® e Reconexão®, PNL, Hipnoterapia e mais recentemente também Naturopatia, Acupunctura Su-Jok, Auriculoterapia. 
















10. Gostaria de deixar uma mensagem aos nossos leitores? 
Muitas das pessoas que me procuram vêm cansadas, descontentes e descrentes dos métodos terapêuticos utilizados pela medicina convencional. Vêm por isso à procura de um milagre. A minha mensagem é que venham antes de recorrerem a métodos mais agressivos de tratamento. 

A Homeopatia e todas as outras técnicas terapêuticas que utilizo são naturais, não invasivas, seguras, eficazes e com um custo de tratamento reduzido. Muitas vezes atribui-se à Homeopatia um custo que ela não tem. Os remédios homeopáticos, vendidos em farmácias, têm um preço muito acessível a uma taxa de IVA reduzida. 

Costumo dizer que os meus clientes são muito corajosos porque, ao virem visitar-me, conseguiram sair da sua zona de conforto e procurar um caminho mais natural, mais limpo, mais agradável e sobretudo mais simples, rápido, fácil e se depender de mim, bastante mais divertido. As pessoas são pessoas, únicas, fantásticas, poderosas, com todas as possibilidades de criarem o seu próprio futuro. 

Todos nós, quando nascemos, nascemos originais. Ao longo da vida vamos-nos tornando cópias uns dos outros. Eu ajudo a devolver-lhes essa originalidade. 
VENHAM DAÍ, PELA VOSSA SAÚDE.