sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Quem foi Samuel Hahnemann?












Considerado o fundador da Homeopatia, nasceu em Meissen na Alemanha Ocidental, em 10 de Abril de 1755 e foi baptizado com o nome Christian Friedrich Samuel Hahnemann.

Na escola revelou-se muito aplicado e evidenciou-se no estudo de várias línguas estrangeiras, de tal forma que aos 13 anos ensinava língua hebraica aos seus colegas. Por dificuldades económicas da família, o seu pai retira-o da escola e aos 15 anos manda-o trabalhar para um armazém em Leipzig a fim de adquirir conhecimentos práticos como comerciante para mais tarde poder ajudar a família. Esta atitude não foi do acordo de Samuel Hahnemann que mais tarde voltou aos estudos com maior dedicação e empenho, tendo entrado na Universidade de Leipzig em 1775, então com 20 anos de idade. Em 1777 foi para Viena viver e trabalhar como clínico no denominado Hospital dos Irmãos da Misericórdia de Leopoldstadt. Curiosamente em 1779 já dominava 7 línguas, tendo traduzido cerca de 20 textos médicos e científicos.

Também em 1779 retoma os estudos de medicina na cidade de Erlangen, na Alexander University, onde acabaria por sair licenciado em Medicina, tendo mais tarde assumido o cargo de médico-chefe na cidade de Gommern. 

Em 1782 casou com Johanna Leopoldine Kuchler, tendo atravessado um importante dilema interno de possível renúncia à prática da medicina, pois estava deveras preocupado com os malefícios advindos dos métodos e dos remédios aplicados nas curas nessa época. Estava-se numa época em que a doença era considerada um inimigo que invadia o organismo e que deveria ser combatido por qualquer meio ou método que era considerado favorável. Ora estes métodos correntes eram as sangrias, os purgantes, os eméticos, as ventosas, a flebotomia, entre outros associados por vezes à ingestão de doses massivas de produtos químicos como o mercúrio e o arsénico. Na maioria dos casos, do método ou processo de cura, advinha a morte do doente.

Na realidade, a crescente tomada de consciência de Hahnemann de que esta forma de cura não servia os interesses dos doentes, levou-o a abandonar a prática da Medicina e mudar-se com a família para Dresden onde entre 1785 e 1789 esteve inteiramente dedicado à escrita e à pesquisa. 

Como Hahnemann não nutria simpatias nem por médicos nem por farmacêuticos da sua época, envolvia-se muitas vezes em trocas de argumentos menos amistosas com ambas as classes profissionais que eram muito consideradas pela população e tinham uma posição muito privilegiada. No desenvolvimento dos seus métodos de cura homeopáticos, Hahnemann usava cada vez menor quantidade de matéria na preparação dos seus remédios, acreditando cada vez mais no poder curativo e energético dos remédios individuais em detrimento dos remédios complexos ou misturados.

Em 1793, Hahnemann publicou uma obra considerada por muitos de excelência, tinha 4 volumes e designava-se por Aphotecaries Lexicon, onde descrevia as precauções e os procedimentos que todos os médicos e farmacêuticos deveriam observar e respeitar na preparação de remédios.

Em 1796 Hahnemann publica no “Jornal de Medicina Prática” um artigo com 150 páginas com o título “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários sobre os princípios admitidos até aos nossos dias”. A data da publicação desse artigo é considerada como a data do nascimento da Homeopatia.

A partir de 1801 Hahnemann começa a utilizar os remédios dinamizados, preparados através de diluições e sucussões sucessivas, uma técnica da homeopatia que a caracteriza e que visa potencializar os princípios activos medicinais contidos nas substâncias. 

No ano de 1813, Hahnemann e a nova medicina homeopática ganharam muito interesse e popularidade, pois logo após a derrota do exército de Napoleão às portas de Leipzig, eclodiu uma epidemia de febre tifóide, tendo Hahnemann tratado com êxito cerca de 180 doentes e perdido apenas 1. A partir deste ponto a sua fama e a da homeopatia espalharam-se pela Europa fora.

A última mas também importante obra médica escrita por Hahnemann, publicada em Dresden, em 1828, tinha 1600 páginas e 5 volumes e tinha o título de Chronic Diseases, their Nature and Homeophatic Treatment. Esta obra acolheu muitos admiradores e muitos críticos entre homeopatas e alopatas, devido a considerar por exemplo que a maioria das doenças crónicas seria devida a influências contagiosas de miasma, hereditário ou adquirido, a que chamava psora.

Outro grande teste ao poder curativo da homeopatia ocorreu entre 1831 e 1832, quando na Europa surge de forma violenta uma epidemia de cólera que provocou inúmeros mortos. Hahnemann acreditava e aconselhava a utilização de apenas um único remédio que era a cânfora (Camphora) bem como sugeria que se isolassem os doentes e se desinfectassem os locais e as pessoas que tinham contacto com os mesmos, para não serem focos de posterior propagação da doença.

O sucesso foi enorme e não tardou a que Hahnemann visse aumentado o número de seguidores das suas doutrinas homeopáticas, vindos de vários países da Europa e que procuravam nele os seus conselhos e os seus ensinamentos. 

A sua esposa faleceu em 1830, tendo entretanto dado à luz 8 mulheres e 2 homens durante os anos de casada favorecendo Hahnemann com uma família numerosa, mas no seio da qual, apesar do bom relacionamento e acolhimento, Hahnemann sentia sempre alguma solidão. No ano em que Hahnemann fazia 80 anos, foi consultado por uma parisiense de 34 anos que se chamava Melanie Gohier e era nada mais nada menos que a filha do então Ministro Francês da Justiça. Curiosamente apesar da diferença de idades, Hahnemann ficou encantado com a inteligência e o charme da jovem francesa e casaram-se em 1835, tendo-se mudado para Paris.

Já em Paris, Melanie Gohier exerce a sua influência junto da corte e do próprio rei Louis Philippe para que o marido pudesse exercer a sua medicina. Hahnemann que era adorado por muitos, vê-se rodeado de muitos clientes e seguidores não só franceses como muitos estrangeiros, continuando a propagar a popularidade da homeopatia como medicina.

Aos 88 anos em 2 de Junho de 1843, Hahnemann morre em Paris devido a uma crise de catarro brônquico que o flagelou durante 10 semanas e à qual não resistiu. Os seus restos mortais permanecem no cemitério de Père Lachaise junto das campas dos famosos Rossini, Moliére e Gay-Lussac, e na sua lápide pode ler-se a inscrição inspiradora “Non inutilis vixi”, ou, “Não vivi em vão”.

Na próxima publicação irei descrever a forma como nasceu a Homeopatia.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Mas afinal, o que é a Homeopatia?

Mas afinal, o que é a Homeopatia? Essa "arte de curar", essa especialidade da medicina que cura sem explicação científica! Esta questão da explicação científica tem muito que se lhe diga! Mas a ela voltaremos numa publicação posterior, quando os meus leitores já estiverem familiarizados com os conceitos básicos sobre esta técnica secular. 

Em primeiro lugar deixem-me definir o termo "cura" como o reestabelecimento da saúde numa pessoa doente. E o termo "saúde" utilizando a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Assim já não me acusam de que eu disse que a Homeopatia "cura tudo", "cura o cancro, todos eles, o alzheimer, as doenças psicóticas", enfim todos esses nomes que só de os ouvir ficamos arrepiados. Não, nada disso, a Homeopatia trata pessoas com sintomas de todas essas patologias, sintomas físicos, mentais e emocionais, tendo como objectivo o reestabelecimento da saúde.

Então é assim: a Homeopatia é um método terapêutico criado pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que consiste na utilização, de acordo com a lei dos semelhantes (“similia similibus curantur”), de remédios em doses infinitesimais obtidos por diluições e sucussões sucessivas, e capazes, em doses mais elevadas, de produzir, num indivíduo saudável, os sintomas da doença que se pretende combater, de modo a estimular a reacção orgânica e vital na direcção da cura.
Trata-se de um sistema farmacêutico, científico e filosófico bem determinado, com uma metodologia de pesquisa própria.
É uma proposta terapêutica com base na semiologia homeopática, que elabora um diagnóstico apoiado em sinais físicos, psíquicos, mentais e sociais, evidenciados pelo paciente
Assim sendo, a Homeopatia baseia-se nos seguintes princípios:
1 – A lei dos semelhantes (“similia similibus curantur”) – Qualquer substância capaz de provocar num indivíduo saudável, porém sensível, determinados sintomas é capaz de curar, desde que em doses adequadas, um indivíduo que apresente um quadro mórbido semelhante, com excepção das lesões irreversíveis.
2 – Experimentação no homem são – Também chamada de experimentação patogenética, homeopática ou pura, é o procedimento que consiste em testar substâncias medicinais em indivíduos sãos, para que se possa definir quais os sintomas sobre os quais a substância vai reflectir a sua acção.
3 – Remédio diluído, dinamizado – Consiste na utilização de remédios diluídos e dinamizados, de acordo com os métodos da farmacopeia homeopática, de modo a evitar os efeitos tóxicos de algumas substâncias, e os seus possíveis agravamentos iniciais, e também pela constatação de que determinadas substâncias, após a aplicação desses métodos, adquirem potencialidades terapêuticas mais eficazes e profundas, mesmo no caso de substâncias aparentemente inertes.
4 - Remédio único – Consiste na utilização de apenas um remédio homeopático de cada vez, o simillimum, que será alterado apenas quando o quadro sintomático sofra alterações, e depois do primeiro remédio já não actuar no organismo doente. Apenas um remédio deve cobrir a totalidade dos sintomas apresentados pela pessoa doente.

A próxima publicação falará de Samuel Hahnemann, o homem, o médico, o farmacêutico e o pai da Homeopatia.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Medicina, paixão de uma vida

Bom dia a todos.

Resolvi partilhar convosco a minha paixão pela Homeopatia, com o intuito de esclarecer o público em geral dos benefícios da utilização desta especialidade criada por médicos há mais de 200 anos. Irei começar pelo meu trajecto nesta "arte de curar" pela qual me apaixonei há 5 anos, fazendo da "Medicina, paixão de uma vida" a minha publicação inicial.

Costumo dizer que nasci médico. E nasci, de facto, médico. Em pequeno, tinha um consultório montado no meu quarto onde recebia os meus irmãos para tratamento das pequenas mazelas que iam surgindo. E tinha uma placa de identificação colocada na porta do dito consultório. Ao fazer a placa, o nome não coube todo, o que deu origem a que o "Caetano" ficasse cortado em dois, pelo que em vez de "Dr. Caetano" ficou "no Dr. Caeta", nome pelo qual a família e alguns amigos me tratam nos dias de hoje.

A vida, ou melhor, as minhas facilidades para com a vida, não me permitiram chegar à faculdade de Medicina. A vontade era muita, mas, a gestão das prioridades não foi a adequada. E lá segui a minha vida por outros caminhos. Trabalhei no duro para construir uma carreira, julgo que bem sucedida em áreas que nada tinham a ver com a saúde. Mas o "bichinho" da medicina ficou latente, adormecido, à espera.

Aos 49 anos de idade, por necessidade pessoal, decidi procurar um método que aliviasse o meu estado permanente de stress e que de certa forma fosse corrigindo esse desequilibro orgânico e funcional sem ter de recorrer a medicamentos de síntese ou a qualquer outra técnica convencional de abordagem. Esbarrei na Terapia Quântica, terapia feita através de um equipamento denominado SCIO (Scientific Consciousness Interface Operation), que imediatamente me fascinou pela forma subtil e não invasiva de detecção e correcção dos níveis de stress. Fiz formação, adquiri o equipamento e iniciei a actividade, dando consultas em clínicas de saúde e bem estar. Mas cedo percebi que, apesar da qualidade da formação, em que o domínio do equipamento e dos protocolos clínicos era bastante satisfatório, faltava-me o conhecimento da máquina humana. 

Foi com o SCIO que descobri então a palavra Homeopatia. E fui pesquisar o seu significado. Percebi que a Homeopatia era aquela especialidade terapêutica que tratava as pessoas como eu considerava que um médico devia tratar e como eu tinha visto os médicos tratarem quando era criança, quando o sonho da medicina despertou em mim. A doença era um sintoma, ou um conjunto de sintomas numa determinada pessoa. Não se tratava somente a doença, tratava-se a pessoa doente. E a Homeopatia é isso, é tratar a pessoa doente, tendo em conta os seus sintomas físicos, mentais e emocionais, enfim a sua globalidade, de uma forma holística. Tinha encontrado na minha vocação a minha especialidade.

Com 50 anos de idade fui estudar. No IMT - Instituto de Medicina Tradicional em Lisboa, uma escola fantástica, de referência no ensino das chamadas terapêuticas não convencionais (TNC), fiz o Curso Geral de Homeopatia, curso de nível superior com quatro horas de aulas diárias, ministradas em regime pós-laboral, 3 anos de duração e muita prática clínica. Tive dois anos de anatomia, estudei biologia e microbiologia, bioquímica, farmacologia, imunologia, botânica, fitologia e fitoterapia, fisiopatologia e medicina interna, imagiologia e clínica laboratorial, psicologia da saúde, psicossomática, pediatria e gerontologia, suporte básico de vida, alimentação e nutrição, metodologia de investigação, para além de todas as outras disciplinas específicas de Homeopatia. Conclui o curso em 2013 com média final de 15 valores.

Não satisfeito, decidi aprofundar os conhecimentos em Homeopatia Clássica, a verdadeira e fascinante forma de exercer Homeopatia. Fiz então um mestrado internacional de um ano, cuja tese final versou o tema "Perturbações Globais do Desenvolvimento - As Perturbações do Espectro Autista: Autismo, Síndrome de Asperger e Hiperatividade", concluído em Setembro de 2014.

Continuo a trabalhar numa outra actividade com toda a dedicação, mas abri o meu consultório, o espaço HomeoScio, hoje Espaço Simil'ar, em Janeiro de 2014, onde a partir das 18,30h dou largas ao meu sonho de criança, à minha verdadeira vocação.