sexta-feira, 31 de julho de 2015

Olá eu sou o seu SINTOMA


Olá eu sou o seu SINTOMA!
Olá, tenho muitos nomes: dor no joelho, abcesso, dor de estômago, reumatismo, asma, mucosidade, gripe, dor nas costas, ciática, cancro, depressão, enxaqueca, tosse, dor de garganta, insuficiência renal, diabetes, hemorróidas e a lista continua. Ofereci-me como voluntário para o pior trabalho: ser o portador de notícias pouco agradáveis para si.
Você não entende, ninguém me compreende. Você acha que eu quero incomodá-lo, estragar os seus planos de vida, todos pensam que desejo atrapalhar, fazer o mal, limitá-los. E não é assim, isso seria um absurdo. Eu o sintoma, simplesmente estou tentando falar-lhe numa linguagem que você entenda.
Vamos ver, diga-me uma coisa. Você negociaria com terroristas, batendo na porta com uma flor na mão e vestindo uma t-shirt com o símbolo da “paz” impresso nas costas? Não, certo?
Então, por que você não entende que eu, o sintoma não posso ser “subtil” e “delicado” quando preciso passar-lhe uma mensagem. Bate-me, odeia-me, diz mal de mim a toda a gente, protesta com a minha presença no seu corpo mas, não pára um minuto para pensar e raciocinar e tentar compreender o motivo de minha presença no seu corpo.
Apenas escuto-o dizer: “Cala-te”, “vai-te embora”, “odeio-te”, “maldita a hora em que apareceste”, e muitas frases que me tornam impotente para me fazer entender mas, devo manter-me firme e constante, porque devo fazer-lhe entender a mensagem.
E o que você faz? Manda-me dormir com remédios. Manda-me calar com sedativos, suplica-me para desaparecer com anti-inflamatórios, quer apagar-me com quimioterapia. Tenta calar-me dia após dia. E surpreendo-me de ver que às vezes, até prefere consultar bruxas e adivinhos para de uma forma “mágica” fazer-me desaparecer do seu corpo.
A minha única intenção é passar-lhe uma mensagem, mesmo assim, você ignora-me totalmente.
Imagine que sou a sirene do Titanic, aquela que tenta de mil maneiras avisar que há um iceberg à sua frente e, mesmo assim, você vai chocar contra ele e afundar-se. Toco e toco durante horas, semanas, meses, durante anos, tentando salvar a sua vida, e você protesta porque não o deixo dormir, que não o deixo caminhar, que não o deixo trabalhar, e ainda assim continua sem me ouvir…
Está a entender?
Para si, eu o sintoma, sou “A doença”.
Que absurdo! Não confunda as coisas.
Nessa altura você vai ao médico e paga por tantas consultas.
Gasta o dinheiro que não tem em medicamentos e só para me calar.
Eu não sou a doença, sou o sintoma.
Por que me cala, quando sou o único alarme que está tentando salvá-lo?
A doença “é você”, é “o seu estilo de vida”, são “as suas emoções contidas”, isso é que é a doença e nenhum médico aqui no planeta terra sabe como a combater, a única coisa que eles fazem é atacar-me, ou seja, combater o sintoma, calar-me, silenciar-me, fazer-me desaparecer. Tornar-me invisível para que você não me veja.
É bom se você se sentir incomodado por estar a ler este texto, deve ser algo assim como um “golpe na sua inteligência”. Faz sentido se estiver a sentir-se frustrado, mas eu posso conduzir o seu processo muito bem e o entendo. De facto, isso faz parte do meu trabalho, não precisa preocupar -se. A boa notícia é que depende de si não precisar mais de mim, depende totalmente de si analisar o que tento dizer-lhe, o que tento prevenir.
Quando eu, “o sintoma” apareço na sua vida, não é para cumprimentá-lo, é para avisá-lo que uma emoção contida no seu corpo, deve ser analisada e resolvida para não ficar doente. Deveria perguntar-se a si mesmo: “por que apareceu esse sintoma na minha vida e que pretende somente alertar-me”? Por que é que está a aparecer esse sintoma agora?
O que devo mudar em mim?
Se você deixar essas perguntas apenas para a sua mente, as respostas não vão levá-lo além do que já vem acontecendo há anos. Deve perguntar também ao seu inconsciente, ao seu coração, às suas emoções.
Por favor, quando eu aparecer no seu corpo, antes de procurar um médico para me adormecer, analise o que tento verdadeiramente para lhe dizer, por uma vez na vida, gostaria que o meu excelente trabalho fosse reconhecido e, quanto mais rápido tomar consciência do porquê do aparecimento no seu corpo, mais rápido eu me irei embora.
Aos poucos descobrirá que quanto melhor analisar, menos o visitarei. Garanto-lhe que chegará o dia que nunca mais me verá nem me sentirá. Assim que for atingindo esse equilíbrio e perfeição como “observador” da sua vida, das suas emoções, das suas reacções, da sua coerência, não precisará nunca mais consultar um médico ou comprar remédios.
Por favor, deixe-me sem trabalho.
Ou você acha que eu gosto do que eu faço?
Convido-o para reflectir sobre o motivo de minha visita, cada vez que eu apareça.
Deixe de me mostrar para os seus amigos e sua família como se eu fosse um troféu!
Estou farto que você diga:
“Então, continuo com diabetes, sou diabético”.
“Não suporto mais a dor no joelho, não consigo andar”.
“Aqui estou eu, sempre com enxaqueca”.
Você acha que eu sou um tesouro do qual não pretende se desfazer jamais?
O meu trabalho é vergonhoso e você deveria sentir vergonha de tanto me elogiar na frente dos outros. Sempre que isso acontece você na verdade, está a dizer: “Olhem que fraco que sou, não consigo analisar, nem compreender o meu próprio corpo, as minhas emoções, não vivo coerentemente, reparem, reparem!”.
Por favor, tome consciência, reflicta e aja.
Quanto antes o fizer, mais cedo sairei da sua vida!
Atenciosamente,
O sintoma.”
Autor desconhecido


terça-feira, 17 de março de 2015

Como nasceu a Homeopatia?


Para Hipócrates o princípio da ética médica era, em primeiro lugar, não prejudicar (em latim: Primum non nocere). A medicina do século XVIII, no entanto, prejudicava e muito os doentes. Tratava-se de uma medicina iatrogénica, sendo a iatrogenia o sofrimento causado por uma acção médica.

Neste contexto surge o médico alemão Samuel Hahnemann (1755-1843), que exerce a profissão até os 34 anos, quando decide abandonar a carreira por insatisfação com os efeitos nocivos da prática médica.

Foi no ano de 1770 que Samuel Hahnemann se dedicou a traduzir e a anotar uma obra médica chamada “Matéria Médica” que tinha sido escrita por um médico escocês de nome William Cullen. 

William Curley viveu entre 1710 e 1790 e era uma pessoa muito respeitada no universo da medicina e em toda a Europa, por ter sido o primeiro Professor de Medicina na Universidade de Glasgow e por fazer uso de métodos de ensino inovadores para a sua época. Nesta sua obra médica, o Professor William Cullen dedicou 20 páginas à casca da chinchona, que mais tarde viria a ser conhecida por quinina, muito eficaz no combate da malária.

Hahnemann, no decurso das suas traduções, verificou que Cullen tinha sugerido que a chinchona seria eficaz no tratamento desta doença devido às suas propriedades adstringentes. Como Hahnemann conhecia vários adstringentes que não tinham estas características de anti-malária, decidiu estudar mais profundamente este fármaco e testar o mesmo em si próprio, tomando duas doses do remédio e anotando cuidadosamente todos os sintomas, físicos e mentais, que se manifestavam. Hahnemann considerou então que o quadro de sintomas provocados pela toxicidade da chinchona, eram exactamente os mesmos que se registavam nos doentes afectados com a febre da malária.

Esta descoberta foi o culminar de outras experiências pessoais realizadas anos antes com o mercúrio e com o arsénico.

Com estes resultados Hahnemann pôde reconhecer que os agentes químicos ou naturais que efectivamente produziam a doença, também tinham o poder de produzir a cura. Esta descoberta foi designada por “Lei da Cura”, tendo sido a precursora da filosofia em que se baseia a Homeopatia dos nossos dias.

Hipócrates e vários outros autores já tinham sugerido que os semelhantes curam os semelhantes. Porém, coube a Hahnemann comprovar e sistematizar essa lei da cura. Decide então experimentar em diversas pessoas saudáveis, várias substâncias conhecidas pela medicina da época. Os resultados dessas primeiras pesquisas foram publicados em 1796 num texto chamado “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários a respeito dos princípios aceites na época atual”. Digamos que foi neste momento que nasceu efectivamente a Homeopatia dos nossos dias.

Embora estas descobertas notáveis já tivessem sido observadas e mencionadas por Hipócrates no séc. IV A.C., nomeadamente quando recomendava que se tratassem vómitos com eméticos, medicamentos usados para provocar o vómito, e por Paracelso no séc. XV, um médico itinerante e alquimista nascido na Suíça, que referia que administrando num doente com peste, um comprimido feito de pão contendo uma dose ínfima de fezes, desse doente, retirada com uma agulha este ficaria curado, foi com Hahnemann que se impulsionou o desenvolvimento e a sistematização da medicina homeopática. O termo homeopatia aprece escrito pela primeira vez em 1807.

Foram feitos vários estudos e aplicações da lei da cura na época de Hahnemann, uns realizados por este e outros realizados por médicos seguidores dos seus estudos e filosofia. Como exemplo, a escarlatina era uma doença endémica, que na altura afectava muitas crianças chegando a constituir-se como epidemia por volta de 1812. Nesse ano, atendendo a vários pedidos, Hahnemann enviou a colegas seus, três grãos de extracto de Belladonna que deveriam ser devidamente triturados num almofariz com 28,4ml de água destilada, depois acrescentar-se mais 28,4ml de água destilada e igual quantidade de álcool. Desta preparação, retirava-se uma gota que seria adicionada a 75,2ml de água destilada e 28,4ml de álcool, ficando depois pronta para ser administrada. Administrava-se 1 gota cada 3 ou 4 dias em crianças menores de 5 anos, e, em pessoas com idade superior a 5 anos administrava-se 2 gotas também cada 3 a 4 dias. As curas surgiram em cadeia e houve numerosas cartas de agradecimento ao Dr. Hahnemann mencionando o facto da Belladonna ter minimizado muito os efeitos nocivos da escarlatina.

Hahnemann continuou o seu trabalho procurando novos tratamentos para as doenças da época e experimentou nele próprio, nos seus familiares e em pessoas voluntárias e saudáveis, várias substâncias activas, registando em seguida a evolução dos sintomas. Verificou que estes remédios provocavam os sintomas das doenças nas quais eram usados como tratamento.

Depois destas comprovações, o termo “Similaridade” começou a ser associado não só a sintomas físicos, como também a sintomas mentais e emocionais, o que se revelou de grande importância, pois permitiu-lhe, mais tarde, identificar um método físico de selecção de remédios com base neste conceito inovador do “similar cura o similar”, mais tarde denominado Lei dos Semelhantes.


Hahnemann constatou ainda nas sua prática experimental e clínica diária que muitos remédios administrados de forma tradicional ou ponderal tinham duas acções distintas, primária e secundária, bastante fortes em todas as partes do organismo que se pretendia curar, enquanto os remédios administrados em doses homeopáticas tinham normalmente apenas uma acção primária. Deu como exemplo o Ópio que quando administrado em dose ponderal começa por dar uma calma e um sentimento de coragem e força anímica, mas passadas umas horas, provoca numa segunda fase, um relaxamento e um abatimento geral do indivíduo. Com este exemplo e outros semelhantes, Hahnemann verificou que alguns remédios para curarem poderiam provocar numa fase inicial um agravamento dos sintomas do doente, o que veio a revelar-se também da maior importância na definição da doutrina homeopática.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Quem foi Samuel Hahnemann?












Considerado o fundador da Homeopatia, nasceu em Meissen na Alemanha Ocidental, em 10 de Abril de 1755 e foi baptizado com o nome Christian Friedrich Samuel Hahnemann.

Na escola revelou-se muito aplicado e evidenciou-se no estudo de várias línguas estrangeiras, de tal forma que aos 13 anos ensinava língua hebraica aos seus colegas. Por dificuldades económicas da família, o seu pai retira-o da escola e aos 15 anos manda-o trabalhar para um armazém em Leipzig a fim de adquirir conhecimentos práticos como comerciante para mais tarde poder ajudar a família. Esta atitude não foi do acordo de Samuel Hahnemann que mais tarde voltou aos estudos com maior dedicação e empenho, tendo entrado na Universidade de Leipzig em 1775, então com 20 anos de idade. Em 1777 foi para Viena viver e trabalhar como clínico no denominado Hospital dos Irmãos da Misericórdia de Leopoldstadt. Curiosamente em 1779 já dominava 7 línguas, tendo traduzido cerca de 20 textos médicos e científicos.

Também em 1779 retoma os estudos de medicina na cidade de Erlangen, na Alexander University, onde acabaria por sair licenciado em Medicina, tendo mais tarde assumido o cargo de médico-chefe na cidade de Gommern. 

Em 1782 casou com Johanna Leopoldine Kuchler, tendo atravessado um importante dilema interno de possível renúncia à prática da medicina, pois estava deveras preocupado com os malefícios advindos dos métodos e dos remédios aplicados nas curas nessa época. Estava-se numa época em que a doença era considerada um inimigo que invadia o organismo e que deveria ser combatido por qualquer meio ou método que era considerado favorável. Ora estes métodos correntes eram as sangrias, os purgantes, os eméticos, as ventosas, a flebotomia, entre outros associados por vezes à ingestão de doses massivas de produtos químicos como o mercúrio e o arsénico. Na maioria dos casos, do método ou processo de cura, advinha a morte do doente.

Na realidade, a crescente tomada de consciência de Hahnemann de que esta forma de cura não servia os interesses dos doentes, levou-o a abandonar a prática da Medicina e mudar-se com a família para Dresden onde entre 1785 e 1789 esteve inteiramente dedicado à escrita e à pesquisa. 

Como Hahnemann não nutria simpatias nem por médicos nem por farmacêuticos da sua época, envolvia-se muitas vezes em trocas de argumentos menos amistosas com ambas as classes profissionais que eram muito consideradas pela população e tinham uma posição muito privilegiada. No desenvolvimento dos seus métodos de cura homeopáticos, Hahnemann usava cada vez menor quantidade de matéria na preparação dos seus remédios, acreditando cada vez mais no poder curativo e energético dos remédios individuais em detrimento dos remédios complexos ou misturados.

Em 1793, Hahnemann publicou uma obra considerada por muitos de excelência, tinha 4 volumes e designava-se por Aphotecaries Lexicon, onde descrevia as precauções e os procedimentos que todos os médicos e farmacêuticos deveriam observar e respeitar na preparação de remédios.

Em 1796 Hahnemann publica no “Jornal de Medicina Prática” um artigo com 150 páginas com o título “Ensaio sobre um novo princípio para descobrir as virtudes curativas das substâncias medicinais, seguido de alguns comentários sobre os princípios admitidos até aos nossos dias”. A data da publicação desse artigo é considerada como a data do nascimento da Homeopatia.

A partir de 1801 Hahnemann começa a utilizar os remédios dinamizados, preparados através de diluições e sucussões sucessivas, uma técnica da homeopatia que a caracteriza e que visa potencializar os princípios activos medicinais contidos nas substâncias. 

No ano de 1813, Hahnemann e a nova medicina homeopática ganharam muito interesse e popularidade, pois logo após a derrota do exército de Napoleão às portas de Leipzig, eclodiu uma epidemia de febre tifóide, tendo Hahnemann tratado com êxito cerca de 180 doentes e perdido apenas 1. A partir deste ponto a sua fama e a da homeopatia espalharam-se pela Europa fora.

A última mas também importante obra médica escrita por Hahnemann, publicada em Dresden, em 1828, tinha 1600 páginas e 5 volumes e tinha o título de Chronic Diseases, their Nature and Homeophatic Treatment. Esta obra acolheu muitos admiradores e muitos críticos entre homeopatas e alopatas, devido a considerar por exemplo que a maioria das doenças crónicas seria devida a influências contagiosas de miasma, hereditário ou adquirido, a que chamava psora.

Outro grande teste ao poder curativo da homeopatia ocorreu entre 1831 e 1832, quando na Europa surge de forma violenta uma epidemia de cólera que provocou inúmeros mortos. Hahnemann acreditava e aconselhava a utilização de apenas um único remédio que era a cânfora (Camphora) bem como sugeria que se isolassem os doentes e se desinfectassem os locais e as pessoas que tinham contacto com os mesmos, para não serem focos de posterior propagação da doença.

O sucesso foi enorme e não tardou a que Hahnemann visse aumentado o número de seguidores das suas doutrinas homeopáticas, vindos de vários países da Europa e que procuravam nele os seus conselhos e os seus ensinamentos. 

A sua esposa faleceu em 1830, tendo entretanto dado à luz 8 mulheres e 2 homens durante os anos de casada favorecendo Hahnemann com uma família numerosa, mas no seio da qual, apesar do bom relacionamento e acolhimento, Hahnemann sentia sempre alguma solidão. No ano em que Hahnemann fazia 80 anos, foi consultado por uma parisiense de 34 anos que se chamava Melanie Gohier e era nada mais nada menos que a filha do então Ministro Francês da Justiça. Curiosamente apesar da diferença de idades, Hahnemann ficou encantado com a inteligência e o charme da jovem francesa e casaram-se em 1835, tendo-se mudado para Paris.

Já em Paris, Melanie Gohier exerce a sua influência junto da corte e do próprio rei Louis Philippe para que o marido pudesse exercer a sua medicina. Hahnemann que era adorado por muitos, vê-se rodeado de muitos clientes e seguidores não só franceses como muitos estrangeiros, continuando a propagar a popularidade da homeopatia como medicina.

Aos 88 anos em 2 de Junho de 1843, Hahnemann morre em Paris devido a uma crise de catarro brônquico que o flagelou durante 10 semanas e à qual não resistiu. Os seus restos mortais permanecem no cemitério de Père Lachaise junto das campas dos famosos Rossini, Moliére e Gay-Lussac, e na sua lápide pode ler-se a inscrição inspiradora “Non inutilis vixi”, ou, “Não vivi em vão”.

Na próxima publicação irei descrever a forma como nasceu a Homeopatia.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Mas afinal, o que é a Homeopatia?

Mas afinal, o que é a Homeopatia? Essa "arte de curar", essa especialidade da medicina que cura sem explicação científica! Esta questão da explicação científica tem muito que se lhe diga! Mas a ela voltaremos numa publicação posterior, quando os meus leitores já estiverem familiarizados com os conceitos básicos sobre esta técnica secular. 

Em primeiro lugar deixem-me definir o termo "cura" como o reestabelecimento da saúde numa pessoa doente. E o termo "saúde" utilizando a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS) como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades". Assim já não me acusam de que eu disse que a Homeopatia "cura tudo", "cura o cancro, todos eles, o alzheimer, as doenças psicóticas", enfim todos esses nomes que só de os ouvir ficamos arrepiados. Não, nada disso, a Homeopatia trata pessoas com sintomas de todas essas patologias, sintomas físicos, mentais e emocionais, tendo como objectivo o reestabelecimento da saúde.

Então é assim: a Homeopatia é um método terapêutico criado pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que consiste na utilização, de acordo com a lei dos semelhantes (“similia similibus curantur”), de remédios em doses infinitesimais obtidos por diluições e sucussões sucessivas, e capazes, em doses mais elevadas, de produzir, num indivíduo saudável, os sintomas da doença que se pretende combater, de modo a estimular a reacção orgânica e vital na direcção da cura.
Trata-se de um sistema farmacêutico, científico e filosófico bem determinado, com uma metodologia de pesquisa própria.
É uma proposta terapêutica com base na semiologia homeopática, que elabora um diagnóstico apoiado em sinais físicos, psíquicos, mentais e sociais, evidenciados pelo paciente
Assim sendo, a Homeopatia baseia-se nos seguintes princípios:
1 – A lei dos semelhantes (“similia similibus curantur”) – Qualquer substância capaz de provocar num indivíduo saudável, porém sensível, determinados sintomas é capaz de curar, desde que em doses adequadas, um indivíduo que apresente um quadro mórbido semelhante, com excepção das lesões irreversíveis.
2 – Experimentação no homem são – Também chamada de experimentação patogenética, homeopática ou pura, é o procedimento que consiste em testar substâncias medicinais em indivíduos sãos, para que se possa definir quais os sintomas sobre os quais a substância vai reflectir a sua acção.
3 – Remédio diluído, dinamizado – Consiste na utilização de remédios diluídos e dinamizados, de acordo com os métodos da farmacopeia homeopática, de modo a evitar os efeitos tóxicos de algumas substâncias, e os seus possíveis agravamentos iniciais, e também pela constatação de que determinadas substâncias, após a aplicação desses métodos, adquirem potencialidades terapêuticas mais eficazes e profundas, mesmo no caso de substâncias aparentemente inertes.
4 - Remédio único – Consiste na utilização de apenas um remédio homeopático de cada vez, o simillimum, que será alterado apenas quando o quadro sintomático sofra alterações, e depois do primeiro remédio já não actuar no organismo doente. Apenas um remédio deve cobrir a totalidade dos sintomas apresentados pela pessoa doente.

A próxima publicação falará de Samuel Hahnemann, o homem, o médico, o farmacêutico e o pai da Homeopatia.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Medicina, paixão de uma vida

Bom dia a todos.

Resolvi partilhar convosco a minha paixão pela Homeopatia, com o intuito de esclarecer o público em geral dos benefícios da utilização desta especialidade criada por médicos há mais de 200 anos. Irei começar pelo meu trajecto nesta "arte de curar" pela qual me apaixonei há 5 anos, fazendo da "Medicina, paixão de uma vida" a minha publicação inicial.

Costumo dizer que nasci médico. E nasci, de facto, médico. Em pequeno, tinha um consultório montado no meu quarto onde recebia os meus irmãos para tratamento das pequenas mazelas que iam surgindo. E tinha uma placa de identificação colocada na porta do dito consultório. Ao fazer a placa, o nome não coube todo, o que deu origem a que o "Caetano" ficasse cortado em dois, pelo que em vez de "Dr. Caetano" ficou "no Dr. Caeta", nome pelo qual a família e alguns amigos me tratam nos dias de hoje.

A vida, ou melhor, as minhas facilidades para com a vida, não me permitiram chegar à faculdade de Medicina. A vontade era muita, mas, a gestão das prioridades não foi a adequada. E lá segui a minha vida por outros caminhos. Trabalhei no duro para construir uma carreira, julgo que bem sucedida em áreas que nada tinham a ver com a saúde. Mas o "bichinho" da medicina ficou latente, adormecido, à espera.

Aos 49 anos de idade, por necessidade pessoal, decidi procurar um método que aliviasse o meu estado permanente de stress e que de certa forma fosse corrigindo esse desequilibro orgânico e funcional sem ter de recorrer a medicamentos de síntese ou a qualquer outra técnica convencional de abordagem. Esbarrei na Terapia Quântica, terapia feita através de um equipamento denominado SCIO (Scientific Consciousness Interface Operation), que imediatamente me fascinou pela forma subtil e não invasiva de detecção e correcção dos níveis de stress. Fiz formação, adquiri o equipamento e iniciei a actividade, dando consultas em clínicas de saúde e bem estar. Mas cedo percebi que, apesar da qualidade da formação, em que o domínio do equipamento e dos protocolos clínicos era bastante satisfatório, faltava-me o conhecimento da máquina humana. 

Foi com o SCIO que descobri então a palavra Homeopatia. E fui pesquisar o seu significado. Percebi que a Homeopatia era aquela especialidade terapêutica que tratava as pessoas como eu considerava que um médico devia tratar e como eu tinha visto os médicos tratarem quando era criança, quando o sonho da medicina despertou em mim. A doença era um sintoma, ou um conjunto de sintomas numa determinada pessoa. Não se tratava somente a doença, tratava-se a pessoa doente. E a Homeopatia é isso, é tratar a pessoa doente, tendo em conta os seus sintomas físicos, mentais e emocionais, enfim a sua globalidade, de uma forma holística. Tinha encontrado na minha vocação a minha especialidade.

Com 50 anos de idade fui estudar. No IMT - Instituto de Medicina Tradicional em Lisboa, uma escola fantástica, de referência no ensino das chamadas terapêuticas não convencionais (TNC), fiz o Curso Geral de Homeopatia, curso de nível superior com quatro horas de aulas diárias, ministradas em regime pós-laboral, 3 anos de duração e muita prática clínica. Tive dois anos de anatomia, estudei biologia e microbiologia, bioquímica, farmacologia, imunologia, botânica, fitologia e fitoterapia, fisiopatologia e medicina interna, imagiologia e clínica laboratorial, psicologia da saúde, psicossomática, pediatria e gerontologia, suporte básico de vida, alimentação e nutrição, metodologia de investigação, para além de todas as outras disciplinas específicas de Homeopatia. Conclui o curso em 2013 com média final de 15 valores.

Não satisfeito, decidi aprofundar os conhecimentos em Homeopatia Clássica, a verdadeira e fascinante forma de exercer Homeopatia. Fiz então um mestrado internacional de um ano, cuja tese final versou o tema "Perturbações Globais do Desenvolvimento - As Perturbações do Espectro Autista: Autismo, Síndrome de Asperger e Hiperatividade", concluído em Setembro de 2014.

Continuo a trabalhar numa outra actividade com toda a dedicação, mas abri o meu consultório, o espaço HomeoScio, hoje Espaço Simil'ar, em Janeiro de 2014, onde a partir das 18,30h dou largas ao meu sonho de criança, à minha verdadeira vocação.